FONTE: GloboEsporte.com - 18/01/2016
Ídolo são-paulino e presente na conquista da Libertadores e do Mundial, em 2005, zagueiro uruguaio é visto com grande expectativa pela torcida
Diego Lugano enfim voltou a vestir a camisa de jogo do São Paulo. Nove anos e cinco meses depois de disputar a final da Libertadores de 2006, contra o Inter, ele foi apresentado nesta segunda-feira como reforço do clube para encarar justamente uma temporada que tem a competição continental como principal objetivo. Em meio a sorrisos, promessas de raça e dedicação, o uruguaio revelou uma vontade: encerrar a sua carreira como atleta no Tricolor.
“É um desejo pessoal fechar a carreira no São Paulo”, comentou o defensor, que tem contrato até junho do ano que vem, sem querer queimar etapas. “Mas a gente vai no dia a dia, temos a curto prazo o objetivo, uma responsabilidade e uma ilusão muito grande. Quero aproveitar cada dia no CT, desfrutar cada vitória, sofrer em cada derrota. Obviamente são meus últimos dias como jogador. Não sei quando será meu ultimo jogo, espero estar aqui, mas o importante é viver com muita intensidade”, disse ele.
Apontado como o substituto no coração do torcedor para a carência de ídolos deixada por Rogério Ceni e Luis Fabiano, Lugano rechaçou ter essa importância. “Convencido” a voltar após ver a festa da torcida para o goleiro, em dezembro, ele não consegue ver nem um jogador capaz de se igualar a Ceni na história são-paulina.
“A saída do Rogério para o São Paulo é uma mudança histórica. Estamos falando do jogador mais importante do clube. Para mim, no futebol brasileiro, só dá para compará-lo ao Pelé no Santos e, talvez, o Zico no Flamengo. Não sei que jogador tem esse peso tão especifico num clube como Rogério teve aqui. Não há como tomar o posto dele. Se trouxessem dez Diegos Luganos nem assim daria para compensar”, avaliou.
Aos 35 anos, o zagueiro tem quatro títulos com a camisa da equipe (Campeonato Paulista, Libertadores e Mundial, em 2005, e Brasileiro, em 2006) e defende um retrospecto de 176 jogos, com 98 vitórias, 40 empates e 38 derrotas. Além disso, tem na torcida uma idolatria incondicional pelo estilo de jogo e as demonstrações de amor à camisa, mesmo passando a última década longe do Morumbi.
Ciente de tudo isso, ele assegura estar totalmente preparado para o desafio de ser o para-raio da equipe a todo momento. “Fui isso durante dez anos na seleção uruguaia. Não tenho qualquer problema”, bradou, assegurando que não voltou à capital paulista para ser um mero coadjuvante.
“Serei o foco das críticas ao elenco e ao clube, por isso eu vim. Cheguei aqui para assumir a pressão, a responsabilidade, não vim para arranhar minha imagem. Sei que estou arriscando, mas sou movido a desafios. Caso contrário, iria para minha casa o Uruguai. Tenho de me preparar para colocar no peito a navalha que vai vir. A partir daí, vou tentar jogar meu melhor futebol, conquistar meus objetivos e ser campeão”, prometeu.
Por fim, Lugano fez questão de dividir os méritos pelo bom retrospecto em clássicos. Invicto nos embates contra Palmeiras (8 jogos, 6 vitórias e 2 empates) e Corinthians (4 jogos, 3 vitórias e um empate), ele não acha que tenha desempenhado um grande papel na sequência. Por isso, acredita que esse grupo é tão capaz de se agigantar nas partidas ante os rivais quanto aquele, mesmo depois de um ano repleto de duras goleadas sofridas.
“Não fui eu que não perdi, o elenco não perdeu. Tinha grandes companheiros e elenco forte. Tomara que esse ano possamos começar essa sequência vitoriosa que nasce com um time competitivo, fome de glória e compromisso. Ficar invicto tantos anos assim são sequências históricas muito raras. Não tenho tanta essa expectativa, só tenho a de voltar a ser campeão. Que o elenco me ajude a desfrutar esses meus últimos tempos”, pediu o zagueiro.