FONTE: GloboEsporte.com - 08/05/2015
Técnico e preparador físico do São Paulo falam sobre habilidade do argentino de 1,75m para fazer gols de cabeça. Os três que marcou pelo Tricolor foram pelo alto
Como um jogador de estatura apenas mediana, 1,75m, consegue ter bom desempenho em jogadas pelo alto?
A pergunta sobre a habilidade de Centurión, do São Paulo, tem respostas diversas. O próprio argentino diz não treinar exaustivamente os cabeceios e credita as três bolas na rede pelo Tricolor, todas em jogadas pelo alto, ao acaso.
Os "voos" do gringo deram ao time vitórias fundamentais: contra Cruzeiro (1 a 0, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores) e Danubio, (por 2 a 1, de virada, no Uruguai, pela fase de grupos). Ele ainda marcou na goleada por 5 a 0 sobre o Bragantino, no dia 14 de fevereiro, pelo Paulistão, quando estreou pelo São Paulo.
Contra Cruzeiro e Danubio, as partidas caminhavam para resultados ruins, mas a cabeça de Centurión salvou o São Paulo. Nas palavras do jogador, "é algo que flui, na intuição das jogadas". Mas o técnico Milton Cruz e o preparador físico José Mário Campeiz têm explicações mais técnicas para o sucesso.
Pouco depois de se transferir ao São Paulo, em fevereiro, Centurión fez os tradicionais testes da pré-temporada. Um deles mede a impulsão dos jogadores. O argentino, velocista e driblador, foi um dos destaques do elenco. Não por puro acaso, de acordo com o preparador físico José Mário, auxiliar direto de Milton nos treinos desde a saída de Muricy, no dia 6 de abril.
– O Centurión é velocista e tem muita força nos membros inferiores. Todo jogador com essa força nas pernas tem muita impulsão. Quando ele chegou, teve ótimos números nos testes, mas o que mais ajuda mesmo é o posicionamento. Ele antevê as jogadas. Nos treinos, costuma fazer muito esse tipo de jogada – disse o preparador.
A explicação de José Mário sobre o posicionamento tem a ver com o pensamento de Milton Cruz. O atual comandante ainda faz um complemento: o argentino é orientado a sempre ficar próximo da "segunda trave" nas jogadas do São Paulo.
O atacante Alan Kardec, que está em recuperação de lesão num dos ligamentos do joelho, também elogia Centurión:
– O posicionamento ajuda muito. Assim como a técnica de cabeceio. Romário fazia muitos gols de cabeça porque sempre estava bem posicionado, além da técnica indiscutível. O Centurión esteve bem posicionado nas bolas que cabeceou e foi feliz na que nos deu a vitória.
Antes mesmo de chegar ao Tricolor, o gringo mostrou a mesma habilidade. De cabeça, ele fez ogol do título do Racing, seu ex-clube, no ano passado. Seja por obra do acaso ou por habilidade, os gols de Centurión o fazem cada vez mais cair nas graças da torcida do São Paulo.