FONTE: GloboEsporte.com - 25/04/2015
Finalista das últimas cinco edições do estadual e campeão em três oportunidades, volante reencontra o Santos e tenta coroar rápida ascensão no Palmeiras
Arouca jogou cinco anos no Santos. Conquistou seis títulos, sendo três do Campeonato Paulista, entre 2010 e 2012. Foi titular de um time que fez história ao conquistar a Taça Libertadores da América, feito que o clube só havia alcançado na “era Pelé”. Agora no Palmeiras, ele é peça fundamental para o esquema de Oswaldo de Oliveira e espera manter o histórico positivo no estadual para conquistar mais uma taça, em sua sexta final consecutiva. O Palmeiras disputa o título estadual justamente contra o Santos, nos dois próximos domingos.
A recepção hostil encontrada por Arouca no estádio do Peixe na derrota do Palmeiras por 2 a 1, pela nona rodada da primeira fase, deverá ser ainda pior no segundo jogo da final, dia 3. Alheio às polêmicas, o volante quer dar a resposta em campo e agradecer à torcida alviverde levantando a taça em sua antiga casa.
– Estou focado na final e na disputa do título, assim como estaria se fosse contra o São Paulo ou contra o Corinthians. O Santos fez parte da minha vida, construí uma história bonita por lá, mas vivo um novo momento, em um clube que me recebeu muito bem e ao lado uma torcida que tem um carinho enorme por mim. Quero muito retribuir tudo isso com uma conquista – afirmou, em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com.
A saída de Arouca do Santos foi marcada por uma briga judicial. Com pendências financeiras, o volante foi à Justiça e disse ter a consciência tranquila em relação ao histórico no ex-clube. Para ele, o fato de os torcedores do Peixe se revoltarem com sua transferência para o Palmeiras só prova que o trabalho na Vila Belmiro foi bem executado.
– Os xingamentos não me afetam. Eles vão ao estádio para apoiar o time deles e eu vou para jogar bola. Sei que o torcedor é movido pela paixão, sempre vão comprar o lado do clube e não o do jogador que sai. Mas eu sou profissional, vivo disso e não me arrependo de nada que fiz, pois busquei conversar e resolver. Como não deu certo, segui meu caminho, e o Santos continua. Se ficaram tão tristes com a minha saída, é porque fiz um bom trabalho por lá. Caso contrário, dariam “graças a Deus” por eu ter ido embora – argumentou.
Símbolo de experiência e já acostumado à final do Campeonato Paulista, Arouca espera ser uma espécie de "professor" para os mais jovens, que vivem a sensação de decidir o título pela primeira vez.
– Consegui chegar longe em todos os Paulistas que disputei e o que procuro passar para os mais jovens é que todo jogador sonha estar numa decisão. Agora que chegamos, não podemos deixar escapar. Temos de trabalhar e focar bastante no jogo contra o Santos. Esquecer todo o entorno, colocar os pés no chão e fazer o nosso máximo – recomendou.
Homem de confiança de Oswaldo de Oliveira, com quem trabalhou no Fluminense e no Santos, o Arouca foi indicado pelo treinador à diretoria alviverde, que buscou a contratação do jogador em meio à disputa do Paulistão. Com o número 5 às costas, o jogador se firmou entre os titulares e se tornou dono da camisa mais vendida nas lojas oficiais do clube.
Grato ao técnico pela confiança, Arouca exaltou a inteligência de Oswaldo e o colocou como responsável pela montagem do projeto palmeirense, que contou com a chegada de 20 reforços ao elenco e um departamento de futebol completamente reformulado.
– Não tenho dúvidas que a vinda dele motivou muitos jogadores a acreditar nesse projeto do Palmeiras e a vir para o clube. É um cara que me ajudou muito no início da minha carreira e no meu desenvolvimento como jogador, ainda na época do Fluminense, pois sempre confiou muito no meu futebol. Da minha parte e acredito que de todos jogadores, faremos o máximo possível para que a passagem dele seja de muitas vitórias aqui no Palmeiras.
A adaptação ao Palmeiras foi rápida. À vontade no clube, Arouca admitiu que não esperava ganhar a dimensão atual no Verdão em tão pouco tempo. Com quatro meses de trabalho, a chance de conquistar o primeiro título e entrar para a história alviverde motivam o volante ainda mais no duelo final contra o Santos.
– Como fiquei quase três meses sem jogar, era fundamental que tivessem paciência nos primeiros jogos e sempre tiveram. Nunca deixaram de me apoiar e, aos poucos, essa relação passou a ser cada vez mais forte. Não esperava que fosse tudo tão rápido – admitiu.
Palmeiras e Santos decidem o título paulista em dois jogos nos próximos domingos. Neste fim de semana, dia 26, o Verdão atua em sua arena. No dia 3, decide o torneio na Vila Belmiro. A última final entre os clubes foi no ano de 1959, e os palmeirenses levaram a melhor.